domingo, 7 de fevereiro de 2010

E-Report #1


Reportagem do Elefante.

Depois de um período de longa inactividade, o Elefante andou a ponderar os prós e os contras de manter um blog vs. a absorvente vidinha do dia a dia. E chegou à conclusão que vale a pena o esforço, sobretudo de partilhar.

Assim aqui fica a primeira Reportagem do Elefante.

No passado fim de semana, mais propriamente no Sábado, realizou-se a final da 15ª Edição do Festival Termómetro (que já não é Unplugged, e já agora, já não é limitado apenas a bandas nacionais). Local: Sala das Colunas do Lx Factory, em Lisboa, nova meca da programação idependente e cool. Primeiro erro, na minha opinião. Eu sei que a final já se realizou em diferentes localizações entre Porto e Lisboa, mas as condições criadas naquele espaço, não eram as indicadas a quem queria ouvir música. Muita dispersão do som (péssima acústica) e muitas pessoas em ambiente de semi-festa para quem a música é apenas um pano de fundo para conversas necessariamente gritadas. Conclusão: atrás e ao lado da PA já pouco se ouvia definidamente (quero imaginar que à frente se ouvia). Outro problema que a organização terá que resolver são os tempo mortos entre as bandas. O Festival começou à 1:00 e terminou às 5:00 (actuação de 7 bandas, 4 músicas cada, incluíndo os vencedores do ano passado e os seis finalistas deste ano). Foi mais o tempo entre actuações, que o tempo das actuações propriamente ditas.

Posto isto passemos às bandas. Primeiro confessar que não conhecia nenhuma, não sou amigo de ninguém e que não tinha visto nenhuma eliminatória. Fui ouvir o Myspace de todas elas depois do festival para tentar perceber melhor aquilo que por vezes não tinha conseguido ouvir.

1ª Banda: Long Way To Alaska (Portugal). Parece-me um universo musical que está a dar os primeiros passos em termos de definção estética, o que confirma com as idades dos membros e o tempo de existência da banda. Música intimista e introspectiva com uma composição de elementos curiosa. Os mais prejudicados pelo mau som.
Ponto alto: "Sicilian Relation(ship)"

2ª Banda: Autumn Comets (Espanha). Nuestros Hermanos subiram logo o patamar um pouco. Como estavam num regime mais eléctrico o som já se percebia um pouco melhor. Pop-rock com uma componente bastante melódica. Mas pouco inovadora em termos creativos.
Ponto alto: versão de "Paper Planes" de M.I.A. (o que já diz um pouco sobre as suas músicas).

3ª Banda: The Hypers (Portugal). Rock n´Roll puro e duro, curto e grosso com o pé no acelarador e atitude em palco. Muita energia que conseguiu passar para o público. Uma voz característica. A coesão estética está lá, com apenas um ou outro desvio, como um tema a piscar os olhos a uns Joy Division, o que desconcertou talvez um pouco, dado aquilo que estava a ser apresentado até aí.
Ponto alto: "Close to Me"

4ª Banda: Black Taxis (Alemanha/EUA). A partir daqui ficou no ar que os possíveis vencedores poderiam estar encontrados. Animais de palco, com uma rodagem muito superior a todas as bandas anteriormente apresentadas. Rock clássico mas com uma componente melódica. Algures entre Iggy Pop and the Stooges e Franz Ferdinand, postos na misturadora e com um sabor diferente dado pela voz do vocalista. Acabaram por vencer, creio eu, muito em função da prestação demolidira em palco.
Ponto alto: "When We Where Ghosts"

5ª Banda: You Can´t Win Charlie Brown (Portugal). Os melhores dos portugueses. Som laborioso e pormenorizado que é mais difícil de transpor ao vivo, acabando por ser prejudicados pelo volume do som. Um universo sonoro menos imediato, mais exigente para o ouvinte, algures entre um Patrick Watson (talvez pelas semelhanças da bonita voz do vocalista) e o psicadelismo de uns Flaming Lips num estado mais apaziguado.
Ponto alto: "Melódica" (do Myspace deles)

6ª Banda: Hallo Kosmo (Bélgica). A Bélgica sempre foi fértil em projectos interessantes. Depois de analisado o respectivo Myspace, parece-me claro que são os que estão mais próximos do profissionalismo, com uma coesão estética que vai desde o imaginário visual ao imaginário sonoro. Aparentemente terão começado mais num electro-pop (ou mesmo pop) orelhudo e agora a caminho de um electro-clash mais orientado para a pista de dança.
Ponto alto: "Ain´t a Thing" (do Myspace deles)


Para fechar a noite três nomes do pop-rock cantado em português em palco: Samuel Úria, B Fachada e Manuel Cruz.
Os vencedores acabaram por ser os Black Taxis.

Au Revoir

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