sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Publicidade Grátis (Coisas para Ouvir) #5

Para os sedentos de novidades, aqueles cujo i-pod é um carrossel sempre em busca da frescura mais fresca, aqui ficam mais umas dicas da colheita de 2009.
Comecemos pelo menos bom. Paul Banks, o vocalista dos Interpol lançou um álbum a solo onde se chama Julian Plenti. A crítica divide-se, uns acham bom outros acham mau. Totalmente mau nunca poderia ser, existe uma espécie de qualidade mínima garantida, dada pelo selo Interpol. A ouvir e tirar conclusões.
Deslocando o epicentro de Brooklyn para Inglaterra chegam-nos duas novidades. O disco (ainda se pode dizer disco?) Broken dos Soulsavers, é uma coisa feita com muito bom gosto e oscila entre temas a roçar a genialidade e outros a lamechice. Criadores mais ou menos anónimos convidam uma panóplia de colaboradores para dar cara e voz destacando-se entre as restantes, a voz cava de Mark Lanegan (em quantos projectos colabora este senhor?).

E finalmente os The xx, sangue novo em mais um exercício de reciclagem musical em que o bolo resultante é muito mais que a soma dos ingredientes. Estruturas e dinâmicas simples, mas uma simplicidade que é difícil de conseguir, feita mais de depuramento do que é supérfluo. Brilhante.



sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Publicidade Grátis (Coisas para Ver) #2

Sala esgotada para a estreia no Monumental. No ar o cheiro a suor dos cinéfilos mais expectantes. Uma versão alternativa da Segunda Guerra Mundial. Situações e personagens memoráveis. Uma história impecavelmente contada, montada e dirigida. Não é um filme de profundidade, de reflexão, é uma comédia negra. 5 estrelas cá do je. Os mais sisudos poderão não concordar. Vão ver.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Balanço Musical da Década

Pois é, sem sabermos bem como estamos a chegar ao final da primeira década do terceiro milénio (depois de Cristo) - 2000 a 2010. Para quem tem mais ou menos a minha idade, o ano 2000 era um ano remoto onde se teria "x" idade. Confesso que para mim 2010 já é do domínio da ficção científica. O número começa a ficar abstracto, podia ser 4327 ou 359, era igual. Singular a percepção do tempo não é? Bem mas voltando ao assunto, começam os primeiros balanços a ser feitos. O site norte-americano sobre música (não só indie) Pitchfork lançou o P2K - as melhores 500 músicas da década de 2000 (deveria ser a década de 00?). É uma iniciativa muito interessante, com uma escolha, para um site que é tido como um referência sobretudo da música independente e alternativa, muito eclética. Está organizado como um Top e as escolhas são da responsabilidade da equipa residente. Tem um mini-player para quase todas as músicas, em associação com uma loja on-line, mas não se consegue ouvir todas as músicas (aliás não se consegue ouvir a maior parte), apenas as mais exóticas. Mas se associarem um site de streaming, por exemplo, o Grooveshark, é só ir procurando uma a uma e disfrutar.

Aqui fica o link para quem estiver interessado. Boas audições.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Teorias da Conspiração


Há teorias da conspiração para todos os gostos. Pessoalmente não sou muito fã do género. Mas sempre houve uma que me inquietou. Chamemos-lhe assim a teoria da conspiração. Será possível que um determinado grupo de pessoas, famílias ou grupos de interesses comuns sem um poder necessariamente formal, mas mais na sombra, conspire para manter um determinado status quo, do modo de vida ocidental, que assenta na economia de mercado, no consumo, numa fraca participação cívica, numa fraca exigência e escrutínio sobre a gestão política das suas vidas. Assim uma cena tirada do filme Nixon de Oliver Stone, quando a determinada altura existe uma suposta reunião de figuras não identificadas num rancho do Texas.
Em 1967 foi publicado um livro denominado o Relatório da Montanha de Ferro (The Report From Iron Mountain, no original), da autoria do jornalista do New York Times, Leonard Lewin, supostamente através da colaboração com uma pessoa que havia integrado o grupo de trabalho que produziu esse relatório.
O grupo, um painel formado por 15 elementos, teria sido formado em 1963, para analisar quais seriam as consequências de os Estados Unidos da América entrarem num período de paz contínua. A edição de 20 de Novembro de 1967 do U.S. News and World Report, clamava ter fontes que comprovavam a veracidade do relatório, e que o presidente Lyndon Johnson teria ficado furioso e ordenado a supressão total do mesmo.
Para a história ficou a entrada no Guinness Book of World Records, do livro como a mais bem sucedida fraude literária. Verdade ou mentira? Alguns acreditam, outros não.
Aqui um pequeno excerto do debate retirado da Wikipédia:

“(…) In the March 19 1972 edition of the New York Times Book Review, Lewin took credit for writing the book.
Consistent with the belief that the book is the result of a hoax, the idea for the Report came from Victor Navasky. In 1966, Navasky, then editor of the satiric Monocle magazine, read an article in the New York Times about a stock market downturn due to a "peace scare". This gave him an idea for a report that would get people thinking about a peacetime economy and the futility of the arms race. With these aims in mind, Lewin wrote the book.
Some who state that the book is authentic cite statements made by Harvard professor John Kenneth Galbraith in support of their claims.
On November 26, 1976, the report was reviewed in the book section of the Washington Post by Herschel McLandress, which was the pen name for Harvard professor John Kenneth Galbraith. Galbraith said that he knew firsthand of the report's authenticity because he had been invited to participate in it. Although he was unable to be part of the official group, he was consulted from time to time and had been asked to keep the project a secret. Furthermore, while he doubted the wisdom of letting the public know about the report, he agreed totally with its conclusions.(…)”


Alguns excertos do texto do livro, ou demasiado perspicaz como exercício de estilo, ou demasiado preocupante como possibilidade real (as referências de páginas são respeitantes a uma edição brasileira da editora Laudes), não esquecendo o contexto da Guerra Fria:

"A possibilidade da guerra fornece o senso de necessidade externa, sem o qual nenhum governo pode permanecer longamente no poder... A organização de uma sociedade para a possibilidade da guerra é seu principal estabilizador político" (p. 69).
"Em geral, o sistema de guerra dá a motivação básica para a organização social primária. Desta forma, ele reflete no nível social os incentivos do comportamento individual humano. O mais importante deles, para propósitos sociais, é o argumento psicológico individual para submissão a uma sociedade e a seus valores. A submissão requer uma causa; uma causa requer um inimigo" (p. 73).

"Um substitutivo viável para a guerra como sistema social não pode ser uma mera charada simbólica. Ele deve envolver um risco real de destruição pessoal real, numa escala compatível com a envergadura e a complexidade dos modernos sistemas sociais. Credibilidade é a chave... a menos que forneça uma ameaça crível de vida e morte, não satisfará a função socialmente organizadora da guerra. A existência de uma ameaça externa aceite é, assim, essencial à coesão social, bem como à aceitação da autoridade política" (p. 76).

"A guerra é a principal força motivadora do desenvolvimento da ciência, em qualquer nível, desde o abstratamente conceitual ao estritamente tecnológico... Todas as descobertas importantes sobre o mundo natural foram inspiradas por necessidades militares, reais ou imaginárias, de suas épocas... Começando com o desenvolvimento do ferro e do aço, passando pelas descobertas das leis do movimento e da termodinâmica, à era da partícula atômica, do polímero sintético, e da cápsula espacial, nenhum progresso científico importante deixou de ser, pelo menos indiretamente, iniciado com uma exigência implícita de armamento" (p. 82).

"O projeto espacial mais ambicioso e fora da realidade não pode, por si só, gerar uma ameaça externa crível. Argumenta-se, fervorosamente, que uma tal ameaça poderia se constituir na última e melhor esperança de paz, unindo a humanidade contra o perigo de destruição por criaturas de outros planetas, ou do espaço sideral. Foram propostas experiências para testar a credibilidade de uma ameaça de invasão extraterrena; é possível que alguns dos mais inexplicáveis incidentes com discos voadores, nos últimos anos, sejam de fato experiências primárias desse tipo" (p. 95).

"Um substitutivo político efetivo da guerra exigiria inimigos substitutivos... Pode ser, por exemplo, que a brutal poluição do meio-ambiente possa eventualmente substituir a possibilidade de destruição em massa, através de armas nucleares, como a principal ameaça aparente à sobrevivência das espécies" (p. 96)

"Um substitutivo de qualidade e magnitude críveis, deve ser encontrado, se uma transição para a paz é possível sem desintegração social. É mais provável, a nosso ver, que uma ameça tenha de ser inventada ao invés de ser criada a partir de condições desconhecidas" (p. 96, 97).

"É inteiramente possível que o desenvolvimento de uma forma sofisticada de escravidão possa ser um pré-requisito absoluto para o controle social, num mundo de paz" (p. 99).

Pode-se ainda ir mais longe, há teorias para tudo, decida quem quiser.

Tiro o chapéu a...#1

Albert Cossery (1913-2008)

Porque há elefantes que perceberam a natureza da sua situação, da corrente, daqueles e daquilo que os acorrenta.

" (...) Escrevo para afirmar a minha presença nesta terra. Fui feliz na infância porque já então era leitor de grandes autores. A eles devo o que sou. Se um determinado livro não tiver sobre o leitor tal impacto que no dia seguinte ele deixe de ir ao emprego, esse livro não vale nada (...)"
De Conversas com Albert Cossery, publicado na Antígona.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Futebolando #2

Na sequência do post anterior e para fechar o tema por esta semana, cá vai o rescaldo do arranque do campeonato, ainda com um jogo por realizar.

Embora não seja surpreendente, o empate do Sporting não deixa de ser um resulatdo anormal. Sobretudo na 2ª parte o Sporting conseguiu ir para cima do Nacional e a vitória não andou tão longe assim. Os rapazes bem precisam da motivação. Vamos ver durante a semana com a Fiorentina.

Não vi o jogo do Porto, mas afirmo desde já que perder pontos como aconteceu nesta jornada, não vai acontecer muitas vezes e os adversários e candidatos ao título não podem desbaratar muitas ocasiões destas.

O jogo do Benfica. Claro que os adeptos estavam entusiasmados e havia razões para isso, mas a realidade é sempre imprevisível. Acho que o principal problema é que no campeonato português as equipas e treinadores assumem papéis muito estáticos ano após ano, e talvez por isso a nossa liga não seja motivo de excitação no que ao espetáculo de futebol diz respeito. São os crónicos candidatos ao título, os que lutam pelos lugares europeus e os que lutam pela manutenção. Uma equipa como o Marítimo (e outras virão), não se quer trasncender, assumir uma postura ousada e tentar controlar o jogo. Assume o papel de equipa inferior, deixa o Benfica assumir o papel de equipa superior e o jogo decorre de acordo com esses pressupostos. Claro que quis agarrar a vitória, já que pouco fez para tentar marcar. O Benfica sentia a pressão da boa pré-época e da galvanização dos adeptos - há que marcar a qualquer custo. E Jorge Jesus alinhou no que podia ter sido uma estratégia suicidária. Houve mais querer do que poder.
Se a bola tivesse entrado...Se. Mas não entrou. Jogo fraco de Cardozo. Árbitro bem enganado por Saviola.

Na próxima jornada se tudo correr bem, o Porto irá ganhar e o Sporting e Benfica vão sentir novas dificuldades. A ver vamos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Futebolando #1

Bem, cá está, quando se pensava que seria só erudição e cultura, no melhor pano cai a nódoa. A bola vai começar a rolar no próximo fim-de-semana. Esse maravilhoso paliativo para a vida mundana. Quem nunca acordou de manhã, sem verdadeiramente acordar, e pensou "Oh Senhor dai-me um motivo para eu me levantar desta cama..." e de repente no cérebro surge a revelação "Hoje joga o Benfica com não sei quem". E pronto, é o melhor que se arranja para aquele dia.

Bom, primeiro, abrir o jogo. Sou do Benfica. O que é isso? Quando está a dar um jogo, e está a jogar o Benfica, eu sou pelo Benfica. Pertenço a um grupo, uma família, uma comunidade temporariamente. Não sou sócio, raramente vou ao estádio e não perco o sono, nem a boa disposição quando o Benfica perde ou empata. Por isso já estão a ver que este não é um forúm para fundamentalismos.

Já houve a pré-época, já foram as contratações, já se fizeram até alguns jogos a sério.

Os três grandes: O Sporting. Não vi muitos jogos do Sporting, mas vi o suficiente para achar que só com um grande golpe (tipo eliminação da Fiorentina) é que aquilo lá vai. Falta ar renovado. Por vezes a estabilidade é uma vantagem, mas neste caso penso que é uma desvantagem. Poucas contratações. Mesmo treinador, mesmos jogadores um ano ou dois mais velhos, mesmo presidente (eu sei que não é, mas pelo efeito que trouxe - a continuidade - é como se fosse). Parte em 3º lugar.

O Porto. Bem o Porto é sempre o Porto, ou seja tem um modelo de gestão muito consolidado, em que toda a gente está mais ou menos enquadrada (técnicos, jogadores, etc.) à partida. Faz sempre muitas contratações, embora se fale sempre mais das do Benfica (imagino que seja o clube com mais jogadores sob contrato, já agora, interessante artigo no i sobre este assunto - a influência do Porto em pelo menos dois clubes da actual Liga Sagres). Perdeu peças importantes, sobretudo Lucho, na minha opinião. Parte com poucos indiscutíveis para o início do campeonato. Acho que vai demorar um pouquinho a afinar, assim como aconteceu o ano passado, e é nesse período que o Benfica pode ganhar vantagem. Parte em 1º lugar, porque é campeão há 4 anos consecutivos.

O Benfica. Bem sei que todos os anos se cria expectativa, tipo este ano é que é, olhos de adepto são sempre pouco objectivos. Mas parece-me que este ano não há desculpas. O investimento nas duas últimas épocas sem um retorno desportivo e consecutivamente financeiro é insustentável. Muitas contratações, como é costume. Mas há material de base, há banco e há soluções de rotatividade. Se Jorge Jesus conseguir passar o sabor da pré-época (que não se pode dizer que não tenha sido positiva) e prolongar a motivação entre os jogadores, temos campeonato. Mas as dificuldades virão, e será a forma como a equipa souber reagir a essas adversidades que ditará o sucesso no final da época. Parte em 2º lugar.

Já sei que falar de futebol é meio caminho andado para a discórdia, mas aqui discute-se a bola sadiamente. Que role a bola.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Música para o Verão

Se estás triste, por ser Agosto, e toda a tua família está no Algarve a stressar nas filas para a praia, o supermercado e o restaurante, se tens o cérebro a cozer com o calor que se faz sentir, se sentes que o Verão ainda não arrancou verdadeiramente, vai aqui e descontrai um bocado.
Os YACTH acabam de lançar um álbum na DFA (LCD Soundsystem), chamado See Mistery Lights, e este Psychic City é o aperitivo.
Enjoy

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Ideias Peregrinas... #1

Muita gente clama falar com Deus, ou com Jesus. Será que eles têm um call-center na Índia?

Publicidade Grátis (Coisas para Ler) #2


Primeiro me confesso. Sou leitor assíduo do Público há já alguns anos. Não tenho nada a apontar particularmente ao jornal, que considero uma referência de qualidade no panorama editorial português. Entretanto, temos mais um jornal diário. O i. Assim, sem mais nada. O jornal pertence ao Grupo Lena, mas todos os jornais são propriedade de grupos empresariais, com tudo o que isso tem de bom e de mau. E confesso que tenho gostado. A favor tem o formato, que é muito conveniente e wind-friendly, o que no verão, é particularemente importante. Depois a qualidade gráfica também é de assinalar. Como jornal, é um jornal que se lê mais rápido do que por exemplo, o Público. É mais ligeiro. Gosto do estilo de escrita de alguns artigos, em que não se levam as coisas demasiado a sério, com alguma ironia. Bom também algumas ligações de temas e ângulos inesperados, muitas vezes, não necessariamente vinculados á actualidade do dia a dia.

Concluindo, uma boa notícia para quem gosta de ler jornais. Era mau que um jornal deste tipo não se aguentasse, espero sinceramente que perdure.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Publicidade Grátis (Coisas para Ouvir) #4

Por detrás destes dois álbums há um nome em comum, Daniel Rossen. Como Grizzly Bear, acompanhado por Ed Droste, Chris Taylor e Christopher Bear. Nos Department of Eagles com Fred Nicolaus, e também com Chris Taylor como produtor. Em ambos um trabalho laborioso, de pormenor, com arranjos grandiloquentes. Pérolas para o ouvido atento. O álbum de Department of Eagles, In Ear Park, já é do ano passado, o de Grizzly Bear, Veckatimest, está ainda fresquinho, mas vai figurar na lista dos melhores do ano. A base comum é Brooklyn, epicentro de alguma da mais entusiasmante música independente da actualidade.

Publicidade Grátis (Coisas para Ouvir) #3

Uma cabana no bosque. Decoração rudimentar. Num canto, um fogão a lenha acaba de aquecer água para um café americano. O fogão deixa escapar o som do crepitar da madeira a arder. Lá fora chove. Através de um vidro embaciado vislumbra-se um cavalo a pastar. Justin Vernon canta. Um branco com alma de negro. De arrepiar. Para recuperar no Inverno (Bon Iver - For Emma, Forever Ago, 2008).


Publicidade Grátis (Coisas para Beber) #1

Abre-se aqui uma nova rubrica. Outra das inclinações aqui do escriba. Aberta ontem para experimentar. Vinho "Guarda Rios" Tinto do Ribatejo de 2007. É um vinho novo, bastante concentrado e muito carregado na fruta. É assim tipo um vinho de gaja. Não, brincadeira, mas é um óptimo vinho, talvez um tudo nada cansativo pelo "excesso" aromático, mas em todo o caso, um vinho que surpreende pela paleta de sabores onde predomina a expressão doce, quase a fazer lembrar um vinho generoso (quem gostar de vinhos mais austeros não vá por aqui).
Precisamente por isso combina particularmente bem com um Queijo da Ilha de São Jorge. O produtor denomina-se Quatro Âncoras, de Vale d'Algares (enólogo Pedro Pereira Gonçalves). Custa entre 8,00 a 10,00 € e pode-se encontrar no Corte Inglês por exemplo.




segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fashion Victims

Não sou propriamente um seguidor da moda, mas como indivíduo dotado do sentido da visão e alguma curiosidade, fico fascinado com algumas tendências. Aquilo que "está na moda", é um fenómeno estranho de legitimação colectiva, em alguns casos, de coisas que isoladamente seriam completamente inaceitáveis. Imaginem que alguém recuperava as galochas que a avó usava para ir amanhar a terra (sobretudo se havia lama envolvida), e se lembrava de vir assim para a rua, em contexto casual, do dia à dia urbano. Pois...aconteceu.

Agora são os óculos de sol. Estão a ficar out os óculos de aviador imortalizados por Tom Cruise em Top Gun (estavam associados aos casacos de cabedal com gola de pêlo), estão a ficar in os óculos que andavam por aí nos anos 80 (Madonna usava uns no filme Desesperadamente Procurando Susana, de 1985), o modelo Wayfarer da Ray-Ban. Bonito...não é?

Vamos lançar já uma tendência para o próximo Outono/Inverno. Aceitam-se sugestões. Eu aposto no capote e no cajado. É só convecermos a Paris Hilton a usar um num qualquer evento com paparazzis presentes.

Publicidade Grátis (Coisas para Ouvir) #2


Já não é propriamente um segredo bem guardado, já se diz por aí que vai figurar nas listas dos melhores do ano. Eu acredito. Bill Callahan, depois de deixar de se esconder sob o nome de Smog, edita o seu segundo álbum, sob nome próprio, Sometimes I Wish We Were An Eagle. Mais intimista do que o anterior Woke on a Whaleheart, encontra paralelo no magnífico A River Ain't Too Much to Love de 2005, o seu último albúm como Smog. Parece que a sua musa já não é a brilhante Joanna Newsom.
Gostos não se discutem, por isso haverá sempre quem não tenha interesse nenhum pelo tipo de música aqui sugerida, c'est la vie...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Na Intimidade Com...#1

Este é o meu último brinquedo. Basicamente é um pedal que grava loops sobrepostos para quem queira praticar sobre uma base, ou tocar ao vivo reproduzindo várias camadas. Usa-se com guitarra, baixo, voz e basicamente presta-se a uma utilização criativa. Dá para fazer coisas como isto, mas também melhor.
Os meus agradecimentos à minha mecenas.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Publicidade Grátis (Coisas para Ver) #1


Para quem ainda tem uma criança dentro de si, aqui fica um pequeno aperitivo do que virá (só em Novembro em princípio).

A imagem é do livro infantil original que deu origem ao filme.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Serviço Público #1

O âmbito do serviço público é muito alargado. Pode servir, por exemplo, para evitar que outras pessoas façam disparates desnecessariamente. Pode servir para propor ideias úteis para o país, a cidade, a rua, a casa ou o que quer que seja. Pode servir para pessoas informadas (que não eu), desmontarem esquemas manhosos sobre os quais tenham informação privilegiada. Imaginem que um ex-trabalhador da Galp vem aqui explicar porque é que pagamos um preço tão elevado pela gasolina em Portugal.

Assim sendo cá vai o primeiro contributo.
Uma qualquer noite, quando chegarem do Bairro, ligarem a televisão e virem uma menina bonita a propor-vos um puzzle de letras do qual acham que sabem a resposta, por favor não liguem para o dito número. Primeiro só as chamadas com a contagem 25, 50, 75 ou 100 é que passam à fase seguinte (a fase seguinte é carregar num número do teclado o mais rapidamente possível depois de lhe ter sido anunciado esse número). Depois disso ficam em espera. Entretranto a menina, coitadinha, com uma ar lascivo, vai-se queixando que quer dar o dinheiro e ninguém liga (estão a entrar centenas de chamadas cada uma a 0,60€+IVA). Depois ninguém entra no programa até ao prémio ter descido ao mínimo e ela ter "oferecido" a solução aos coitado(a)s do(a)s atrasado(a)s mentais. Depois do tempo acabar alguém entra em linha e resolve o puzzle. E você ouve no seu telefone (passados 15 minutos): "Lamentamos, mas o programa de hoje terminou..."
Mas é tafu!

Publicidade Grátis (Coisas para Ouvir) #1


Para quem gosta da onda singer-songwriter aqui fica uma sugestão, uma boa surpresa do ano passado. O rapaz é novinho (26 anos), é de Brooklyn e dá pelo nome de Miles Benjamin Anthony Robinson. O álbum é homónimo e composto de 10 boas canções.

Publicidade Grátis (Coisas para Ler) #1


Recomenda-se a leitura.
Atentem na relação entre o personagem principal e o "galinheiro", e a história que dá nome a este blogue.
Não tendo tudo a ver, mas tendo alguma coisa, recomenda-se igualmente a leitura de todos os livros de Albert Cossery (Cairo, 1913-2008) editado na Antígona.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Declaração de Intenções

Todos devem conhecer a história do elefante que foi levado para o circo ainda pequeno e que permanece agrilhoado desde então. Entretanto o elefante cresceu e, obviamente, tem força suficiente para se libertar das correntes, mas não o faz. Porquê? Assim vamos nós...
Cada um que dê a sua resposta.
Do mais profundo marasmo e tédio nasce mais um blogue. Para quê?
Boa pergunta.
Primeiro, porque mais um entre tantos não fará mais do que engrossar a longa lista das coisas que são votadas ao merecido esquecimento.
Segundo, para resolver de vez questões de descriminação social, que se seguem à confissão:
-"Não, não tenho um blogue".
E terceiro para dar vazão à verborreia mental que surge sem aviso.
Não esperem reflexões profundas.
Não esperem comentários incisivos.
Não esperem resposta aos comentários.
Na verdade não esperem nada, que ficam bem melhor.
Esperem alguns erros ortográficos, que errar é humano, à excepção daqueles senhores que apresentavam um programa na televisão a explicar à gente como é que se fala e escreve.