sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A arte do garimpeiro #1

Eu também andei por lá, Ministars, Onda Choc, Europe, Modern Talking, Scorpions, Bon Jovi. Mas comecei a descobrir que aquilo que me ofereciam não seria bem o que mais agradava ao meu paladar musical. Use Your Illusion terá começado a desviar-me para o lado sombrio da força. Fora a rádio local, fora a RFM, fora o Top+ (ou os seus antecessores). Entram as cassetes emprestadas, as horas passadas a tentar gravar músicas da rádio sem anúncios, aquele irmão mais velho do amigo que tem uns Cd’s de umas bandas que ninguém conhece. As noites passadas a ouvir a Margem de Certa Maneira do Rui Vargas na Comercial já a entrar pela madrugada.

Depois Lisboa e as rádios até aí inacessíveis. A XFM. Nada por princípio contra o mainstream, mais o sentido de um gosto pessoal e de uma certa auto-suficiência na procura das referências musicais.

Hoje tudo isso está exponenciado, as fontes são virtualmente infinitas, existe sempre alguém capaz de te levar para outro patamar de exotismo, mas no fundo a busca que subsiste (sempre enquadrada dentro de um universo de gosto pessoal) é a de boa música, de ser surpreendido, de ser tocado pela sensibilidade de pessoas que cantam a tua vida também.

Por isso há que garimpar. Nem sempre o peneirar revela pepitas.

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